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Chã do Carpina

O lugarejo começou a ser povoado a partir da segunda metade do século XVII, por exploradores de pau-brasil. O nome foi motivado pela presença por volta de 1822, de um tanoeiro (carpinteiro) de nome Martinho Francisco de Andrade Lima que residia numa chã ( lugar plano ), a quem os almocreves (condutores de bestas de carga) o chamavam de "Carpina".

As atividades econômicas se ampliaram com a implantação dos engenhos para fabrico de açúcar e consequentemente o desenvolvimento de culturas de subsistência. O crescimento da Chã do Carpina se deu em virtude de vários fatores, destacando-se a salubridade do clima; a proximidade e a facilidade de condução para a Capital da Província.

Em face dessas vantagens várias famílias do Recife, na primeira metade do século XX, se estabeleciam ali durante o veraneio. Com a construção da linha férrea para Limoeiro-PE, inaugurada em 1882, a Chã do Carpina ganhou uma estação intermediária.

Floresta dos Leões

Chã do Carpina, em 15 de dezembro de 1901, mudou o nome para Floresta dos Leões, numa homenagem a João Souto Maior, líder da Revolta Pernambucana de 1817, apelidado de Leão de Tejucupapo, e a seus seguidores, os leões, que se haviam refugiado na chã do Carpina, depois de um combate com as tropas governistas. Distrito criado, pela lei municipal nº 12, de 15-12-1901, subordinado aos municípios de Pau d'Alho e Nazaré.

Pela lei estadual nº 991, de 01-07-1909, Floresta dos Leões foi Elevado à categoria de vila.

Pela lei estadual nº 1931, de 11-09-1928, a vila foi elevada à categoria de cidade, desmembrado dos municípios de Pau d'Alho e Nazaré. Constituído de 2 distritos: Floresta dos Leões e Lagoa do Carro, sendo a sede municipal Floresta dos Leões.

Carpina

A origem e a trajetória da evolução de um povo devem ser conhecidas e refletidas, para que as gerações futuras sintam a real necessidade de construir uma história, mais digna e promissora.

Com este objetivo a relatamos um pouco da historiografia de Carpina.

"A história mostra o que os homens foram e fizeram. Isso nos ajuda a decidir o que podemos ser e fazer."

No período colonial brasileiro, a estrutura administrativa foi a de Capitanias hereditárias. Em 1534 a Capitania de Pernambuco que se estendia desde o rio São Francisco até o rio Igarassu, coube ao donatário Duarte Coelho Pereira que tinha como um dos objetivos, o povoamento da região. As primeiras cidades brasileiras fundadas neste período surgiram, em sua maioria ao longo do litoral em razão da busca de áreas apropriadas para o cultivo da cana-de-açúcar e para o fácil escoamento da produção e exportação de tal produto. É possível que esse mesmo processo tenha levado a ocupação do atual município de Carpina, cuja área é resultado do desmembramento dos municípios de Paudalho e Nazaré da Mata, que pertenceram às capitanias de Pernambuco e Itamaracá.

Mediante registros orais, em 1870, veio do Recife uma caravana composta por dezesseis portugueses, uns carpinteiros, outros marceneiros, chefiados por Francisco Coelho, atraídos por informações da existência de uma grande mata virgem, em terras sem dono entre Nazaré e Paudalho.

 

Origem do nome

A origem do nome é atribuída ao carpinteiro Martinho Francisco de Andrade Lima, a quem chamavam de o "carpina". Porém, existiam outros carpinteiros como, Martinho José de Andrade Lima e Luís José de Melo, deixando a dúvida de a quem de fato se deve o nome do município. Porém é certo que foram eles que contribuíram para o surgimento da cidade.

O nome "Chá do Carpina" foi dado pelos almocreves do interior, notadamente de Limoeiro e Bom Jardim, que carregavam em Recife, dormiam em Camaragibe e madrugavam para passar cedo na Mata de São João, com medo de serem assaltados. Dormiam na Chã do Carpina onde trabalhavam dezenas de carpinas, tirando madeiras para construção.

"Antes da estrada de ferro, um carpina em companhia da mãe velhinha, a tia Aninha, que à sombra de uma jaqueira vendia cachos de banana. jaca e cachimbos. De caminho, os cargueiros e viajantes paravam na tenda do carpina. repousando e comendo, vindo daí a expressão de Chã do Carpina". (Sette, Mário- Senhora de Engenho - Ed. Asa Pernambuco, 1986.)

A partir de 15 de dezembro de 1901, pela lei municipal n° 12, passou a chamar-se distrito de Floresta dos Leões, numa homenagem não intencional aos pernambucanos heróis da Guerra dos Mascates, de 1710, (entre Recife e Olinda) que fugindo das perseguições do inimigo vencedor, se refugiaram em floresta de Tracunhaém, liderados por Leão Falcão Eça. Eis a floresta e os leões da floresta. (Anais Pernambucanos. Costa, F. A. Pereira da. FUNDARPE - 1983.)

Segundo alguns, foi o Dr. Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo, morador da localidade, que pediu ao presidente Afonso Pena - em excursão pelo Nordeste, a permissão para mudar o nome do lugar para Floresta dos Leões. Ele concordou e doou um conto de réis para ajudar na compra do Leão de bronze que seve num pedestal, na Praça de São José, inaugurado a 7 de setembro de 1909. Nesse monumento, em placa comemorativa, lê-se: "O povo ajoelhado venera os heróis de Pernambuco chamando-os "Leões do Norte".

Esta nova denominação foi bem aceita por Paudalho, mas Nazaré recusava-se a usá-la. Somente em 09 de dezembro de 1938, através de decreto - Lei Estadual volta à localidade a ser denominada de Carpina, por sugestão do jornalista Mário Melo que recomendava a volta dos nomes de origem de algumas cidades pernambucanas.

A mudança do nome não agradou aos "leo-florestanos," segundo enquete feita pelo Floresta jornal. A Lei Estadual nº 991 de 01 de julho de 1909 elevou a localidade à categoria de vila abrangendo dois distritos: o de Floresta dos Leões, pertencente à Paudalho e o de Carpina, pertencente a Nazaré da Mata.

 

Emancipação

A divisão do território trouxe insatisfação a várias pessoas, que começaram a articular sobre a unificação e emancipação do território. Dentre eles foram:

  • - Armando Tabosa de Souza Gayoso,
  • - Antônio Bezerra de Menezes,
  • - Baltazar Ferreira Pinto,
  • - Eurico Gonçalves Guerra,
  • - João Batista de Carvalho,
  • - José Simplicio de Lima Júnior,
  • - José Pessoa Cavalcanti de Petribú,
  • - José Estevão de Oliveira,
  • - Oswaldo Ranulfo Freire,
  • - Roberto Pulsem Rawlinson.
A Emancipação

O agrônomo Gileno De Carli e Manoel' de Luna Filho ( através de escritos publicados em jornais locais).

O Jornal "O Planalto" de 19 de novembro de 1933, diz que a luta pela emancipação durou cerca de 43 anos até se concretizar.

A luta pela emancipação de Carpina foi articulada no engenho Limeira Grande, tendo como organizador do movimento, o Dr. Roberto Pulsem Rawlinson. A primeira reunião se deu em sua residência no dia 29 de outubro de 1922.

Em 1923, o deputado Armando Gayoso apresentou projeto de lei que tornaria Carpina independente em 16 de maio de 1923, por Lei Estadual nº. 1572, que não foi posta em prática.

Só através da Lei Estadual nº. 1931, de 11 de setembro de 1928, no governo de Estácio Coimbra, é que Carpina se tomaria independente. A Primeira divisão distrital após a emancipação foi feita através da Lei Estadual nº 92 de 3l/0 l/38. O perímetro do município não se conservou como tal até os dias atuais, pois em virtude do descontentamento de Paudalho pela perca territorial, o Decreto Lei Estadual n° 952. de 3l/12/43, concedeu novamente parte do território a Paudalho, Nazaré da Mata perdeu para Carpina os seguintes engenhos: Limeira grande, Canadá, Floresta, Brejinho, São Francisco, Limeirinha, São João Batista, Angústia, Caramuru, Açude do Meio, Serra da Fonte, Rosário, Retiro e Santa Cruz.

Aspécto Político Administrativo

Mesmo sendo República, o Executivo municipal brasileiro passou um período sendo nomeado pelo governador do Estado. Em Carpina foram os seguintes:

  • - Cel. Ernesto Pompílio do Rêgo, dono do engenho Serraria, tendo como sub-prefeito o Sr. José de Petribú. (15/11/1928) - Joaquim Carneiro da Cunha (11/10/30 - 10/12/32)
  • - Baltazar Ferreira Pinto (12/12/32 - 18/06/35)
  • - Benjamin Dias Coutinho (19/06/35 - 30/10/36)
  • - Baltazar Ferreira Pinto ( 01 /11/36 - 18/11/37)
  • - Eurico Gonçalves Guerra 919/11/37 - 01/10/38)
  • - Joaquim Gonçalves Guerra ( OUI0/38 - 28/07/39)
  • - Major Carlos Afonso de Melo (29/07/39 - 20/11/44)
  • - João Teobaldo de Azevedo (21/11/44 - 17/05/46)
  • - Major Manoel Alves de Queiroz (18/05/46 - 29/05/47)
  • - Hermínio Aroucha (09107/47 - 30/07/47)
  • - Manoel Tavares Carneiro da Cunha (01/08/47 - 30/10/47)

A partir de então, os prefeitos passaram a ser eleitos pelo voto do povo.

  • - João Saturnino Cavalcanti (01/11/4 -14/11/51)
  • - José Francisco de Morais (15/11/51- 15/11/55)
  • - Major Carlos Afonso de Melo (15/11/55 - 15/11/59)
  • - José Fernando Lobo (15/11/59 - 15/11/63)
  • - Dr. José Pereira Cardoso (15/11/63 - 31/01/69)
  • - Maelbe José Batista Ramos "Mano" (31/01/69 - 31/01/73)
  • - Manoel Augusto Lemos do Rego "Néo" (31/01/73 - 31/01/77)
  • - Carlos Adilson Pinto Lapa (31/01/77 - 31/01/83)
  • - Sergiofredo Santa Cruz Silva (31/01/83 - 31/01/89)
  • - Joaquim Pinto Lapa Filho (31/01/89 - 31/01/93)
  • - Maelbe José Batista Ramos (01 /01/93 - 31/12/96)
  • - Joaquim Pinto Lapa Filho (01/01/97 - 31/12/00) / (01/01/2001 - 31/12/2004)
  • - Manuel Severino da Silva "Botafogo" - 01/01/2005 - Em Exercício
Fonte: Professora Milca.

 

hino

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Letra: João Barreto de Menezes
Música: Maestro Nelson Ferreira
Ano: 1928

Longo tempo vivi dominada

E afinal os grilhões rebentei

Nos lampejos de minha alvorada

Tive apenas as bênçãos da lei

Ontem escrava embora

Hoje liberta sou

Pois felizmente agora

Meu progresso raiou

Eu sentia ter seiva na vida

Com meus passos queria machar

Mas a fronte trazendo abatida

Era apenas floresta vulgar

Entre mágoas sem conta

Não tive ânsias em vão

Pois quando a luz desponta

É contra a escuridão

Ante o sol que ilumina as montanhas

Quando em fulgidos raios nos vem

Despertando energia estranhas

Despertou-me a esperança também

Emudecer não há de

Jamais a minha voz

Clamando liberdade

Na turba dos heróis

No meu seio a justiça aberto

Podem todos viver e fluir

Florestanos olhai já vem perto

A grandeza do nosso porvir

Surgindo nesse instante

Entre princípios bons

Sou mesmo a triunfante

Floresta dos Leões.

localização

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Bandeira de Carpina

A Bandeira de Carpina foi elaborada e oficializada por ocasão do seu 45° aniversário de emancipação. Sua idealização foi de Luiz Gomes Correia. Pela primeira vez foi hasteada no dia 11 de setembro de 1973.

Nela constam símbolos da cidade, como o serrote, que lembra o carpina; o leão, em referência ao nome anterior e o brasão ladeado por duas hastes de cana-de-açúcar, principal produção agícola local e de tradição secular.

O escudo da Bandeira representa o Brasão de Armas do Município e, como tal passa a figurar nas dependências e nos papéis de expediente, nos convites e nas publicações da Prefeitura e Câmara Municipal.

O Escudo - dividido em 4 partes, representando as origens de nossa formação colonial, tipo tradicional, preferida no Brasil.

I Quartel - Apresenta coroas e murais representando as denominações de que a cidade tomou no passado: "Chã do Carpina e Floresta dos Leões". A torre maior representa o nome da cidade de Carpina.

II Quartel - Apresenta um leão possante simbolizando a autonomia, o espírito de bravura dos fundadores.

III Quartel - A cruz representa a firmeza da fé cristã. É a mesma trazida pelas Naus Cabralinas.

IV Quartel - O serrote, que lembra o fundador "O Carpina".

Um listrol com os dizeres: "AD MAIORA QUOTIDIE" (cada vez maior).

 

localização

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Mapa de Carpina

O município de Carpina está localizado na Zona da Mata do Estado de Pernambuco, limitando-se com os municípios:

  • - Norte com Tracunhaém, Nazaré da Mata e Buenos Aires;
  • - Sul com Lagoa de Itaenga e Lagoa do Carro;
  • - Leste com Paudalho;
  • - Oeste com Limoeiro.

A área municipal ocupa 153,1 km2 e representa 0.16 % do Estado de Pernambuco.

A sede do município tem uma altitude aproximada de 184 metros, e coordenadas geográficas de 07 Graus 51 min. 03 seg de latitude sul e 35 Graus 15 min. 17 seg de longitude oeste, distando a 42 km da capital, cujo acesso é feito pela PE-005; BR-408.

 

fotos

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Resumo

O município de Carpina está localizado na Zona da Mata do Estado de Pernambuco, limitando-se com os municípios:

  • - Norte com Tracunhaém, Nazaré da Mata e Buenos Aires;
  • - Sul com Lagoa de Itaenga e Lagoa do Carro;
  • - Leste com Paudalho;
  • - Oeste com Limoeiro.

A área municipal ocupa 153,1 km2 e representa 0.16 % do Estado de Pernambuco.

A sede do município tem uma altitude aproximada de 184 metros, e coordenadas geográficas de 07 Graus 51 min. 03 seg de latitude sul e 35 Graus 15 min. 17 seg de longitude oeste, distando a 42 km da capital, cujo acesso é feito pela PE-005; BR-408.

Aspectos Socioeconômicos

O município foi criado em 16/05/1923, pela Lei estadual no. 1.931, sendo formado pelos distritos de: Carpina (sede) e dos povoados de: São Pedro, Campo Alegre, Caramuru e Vassouras.

De acordo com o censo 2000 do IBGE, a população residente total é de 63 811 habitantes sendo 61 006 (95,6) na zona urbana e 2 805 (4,4) na zona rural. Os habitantes do sexo masculino totalizam 30 672 (48,1) %, enquanto que do feminino totalizam 33 139 (51,9) %, resultando numa densidade demográfica de 416,8 hab/km2.

A rede de saúde se compõe de 02 Hospitais, 95 Leitos, 12 Ambulat órios, e 32 Agentes Comunitários de Saúde Pública.

A taxa de mortalidade infantil, segundo dados da DATASUS é de 85,07 para cada mil crianças.

Na área de educação, o município possui 49 estabelecimentos de ensino fundamental com 12954 alunos matriculados, e 07 estabelecimentos de ensino m édio com 2865 alunos matriculados. A rede de ensino totaliza 429 salas de aula, sendo 121 da rede estadual, 102 da municipal e 206 particulares.

Dos 15 544 domicílios particulares permanentes, 13037 (83,9)% são abastecidos pela rede geral de água, 1614 (10,4)% são atendidos por poços ou fontes naturais e 893 (5,7)% por outras formas de abastecimento.

A coleta de lixo urbano atende 11849 76,2)% dos domicílios.

Os gastos sociais per capita são R$ 43,00 em educação e cultura, R$ 16,00 em habitação e urbanismo, R$ 20,00 em saúde e saneamento e R$ 10,00 em assistência e previdência social (2000).

Os setores de atividade econômica formais são: Indústria de transformação, gerando 1209 empregos em 41 estabelecimentos, Comércio com 1257 em 284, Serviços com 453 em 105.

O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal-IDH-M é de 0,724. Este índice situa o município em 10o no ranking estadual e em 2534o no nacional.

O Índice de Exclusão Social, que é construído por 07 (sete) indicadores (pobreza, emprego formal, desigualdade, alfabetização, anos de estudo, concentração de jovens e violência) é de 0,426, ocupando a 14º colocação no ranking estadual e a 2.891º no ranking nacional.

 

Aspectos Fisiográficos

O município de Carpina, está inserido predominantemente na unidade geoambiental do Planalto da Borborema, formada por maciços e outeiros altos, com altitude variando entre 650 a 1.000 metros.

O relevo é geralmente movimentado, com vales profundos e estreitos dissecados. Com respeito à fertilidade dos solos é bastante variada, com certa predominância de média para alta.Parte de suaárea , a leste, esta inserida na unidade geoambiental dos Tabuleiros Costeiros.

A vegetação desta unidade é formada por Florestas Subcaducifólica e Caducifólica, próprias das áreas agrestes.

O clima é do tipo Tropical Chuvoso, com ver ão seco. A estação chuvosa se inicia em janeiro/fevereiro com término em setembro, podendo se adiantar at é outubro.

Feriados municipais

6 de janeiro - Dia de Reis

A Festa de Reis é a primeira grande festa do ano em Carpina, na primeira semana. Logo depois das festas de final de ano acontecem apresentações de pastoril, bumba-meu-boi, feira de produtos e comidas típicas.

19 de Março - São José (Padroeiro da Cidade)

11 de Setembro - Emancipação política

Neste dia realiza-se um desfile cívico, em comemoração à emancipação da cidade, com participação de igrejas, militares e dezenas de escolas da região, mesmo de estados vizinhos.